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SOBRE
O FESTIVAL

O Festival Internacional de Teatro de Setúbal – Festa do Teatro teve início em 1995 e surgiu como forma de comemorar os 10 anos de existência do Teatro Estúdio Fontenova.
O Festival, que conta com mais de duas décadas de actividade, continua a crescer e a expandir a sua geografia cultural.

A programação engloba espectáculos de referência, de companhias nacionais e internacionais, assim como estruturas, projectos e artistas emergentes. Este último ponto é reflectido especialmente através da secção Mais Festa, onde os artistas apresentam o seu trabalho e recebem contribuições ao chapéu que revertem, exclusivamente, para os ínterpretes. Dentro da Secção OFF – Mais Festa existe a opção de concurso para espectáculos de teatro, sendo que o vencedor do mesmo, integra a Secção Oficial do ano seguinte. A par desta modalidade, o Mais Festa proporciona ainda a capacidade de integrar a Secção OFF - Extra-Concurso, abrangendo a possibilidade, a mais artistas, de dar visibilidade às suas criações artísticas.

O Festival conta também com workshops, música ao vivo, exposições, exibição de curtas-metragens e as habituais conversas de teatro.

O Director Artístico do Teatro Estúdio Fontenova e do Festival Internacional de Teatro de Setúbal, José Maria Dias, recebeu em 2019 a medalha de honra da cidade de Setúbal na classe de Actividades Culturais.

É indissociável pensarmos no Festival Internacional de Teatro de Setúbal sem pensar no Teatro Estúdio Fontenova e na sua actividade ao longo dos anos. É inseparável também a contínua parceria com o Município e a ligação à história da cidade. Este ano celebramos 40 anos de actividade, com todas as dores de crescimento, frustrações e alegrias que isso inclui.
Desde a nossa fundação em 1985 passariam 10 anos até à primeira Festa do Teatro, na altura ainda uma Mostra que dava os primeiros passos…


Nesses 10 anos marca-nos um espaço-memória, que foi escola e abrigo para tantos de nós, o Círculo Cultural de Setúbal. Espaço que nos acolheu e tantos outros que marcaram a trajetória do Teatro Estúdio Fontenova. Nesses 10 anos relembramos também aqueles que connosco trabalharam e nos abriram a porta mas que já não estão connosco: Fernando Guerreiro, Rui Mesquita, Afonso Nascimento, Adelino Gonçalves, Vítor Serra, António Carlos, Álvaro Félix, ou Odete Santos... Outros, como Kevin Moore, a quem perdemos o rasto, mas que nos recordamos sempre.


De 1995 a 2005, vemos a nossa actividade ser consolidada. Tornamo-nos companhia profissional, colaboramos com Escolas Básicas e Secundárias do concelho, organizamos Oficinas de Teatro e programamos o Festival para vários espaços da cidade: da Praça do Bocage, ao Inatel, do Parque do Bonfim, ao Forte de S. Filipe, e até em espaços de que hoje nos restam as boas memórias, como o Art Kafé ou o Marr. Companhias que ainda hoje nos visitam fazem as primeiras apresentações no Festival: ESTE, ACTA, Teatro ao Largo ou Teatro do Mar.


A partir de 2005 e na década que lhe segue vem a maioridade, como jovens adultos que somos pomos a mochila às costas e queremos sair da casa dos pais. O Festival torna-se internacional e acolhemos companhias de Espanha, Inglaterra, França e Brasil. Programamos aqueles que, na altura, ainda em início de carreira se tornaram mais tarde directores do Teatro Nacional ou do Festival de Avignon. O Fórum Municipal abre-nos as portas para a nossa programação e criações. E a Escola Secundária Sebastião da Gama torna-se porto seguro até hoje. Trabalhamos com textos de autores internacionais, como Edward Bond, Arnold Wesker ou Koltés, e o contacto que se inicia com alguns tem repercussões no nosso trabalho até hoje. A cada criação juntamos jovens e novos criadores que vão crescendo connosco ou vamos reencontrando em diferentes momentos.
O nosso espaço abre portas em 2013 para acolher e programar. Recebemos residências artísticas e companhias como os Artistas Unidas ou os LAMA, mas infelizmente o sonho dura pouco e uma multa vem travar aquilo que julgávamos ser possível para nós.
Antes de antigirmos o 30º aniversário
do TEF, o Festival consegue apoio da DGArtes e vimos a nossa actividade ainda mais reconhecida.

Entretanto, como num fechar de olhos, chegam a pouco e pouco os cabelos brancos. De repente somos quarentões e nem sabíamos! 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De 2015 até hoje é inegável, o Teatro Estúdio Fontenova e o Festival crescem de mãos dadas. Criamos uma Secção OFF que ainda hoje recebe candidaturas de todo o mundo. A Secção Oficial estende-se a outros continentes e o Teatro Estúdio Fontenova apresenta-se por todo o país e fora dele. Este ano vimos a actriz Krysthall Afrika ser nomeada para melhor actiz de teatro pela SPA no espetáculo “O Rapto da Rainha Vitória”. Desde 2018 conseguimos apoio continuado pelo agora aglutinado Ministério da Cultura, mas não sem suor, esforço e algumas directas. Já não precisamos de subir as escadas para carregar praticáveis, mas não nos esquecemos do que “andamos para aqui chegar.” E sempre que necessário, desdobramo-nos também. 

Vamos à luta e não descansamos. Quer seja por nós, pelos nossos colegas, ou por uma sociedade e mundo mais justo. Desde ‘85 vimos o mundo mudar, e nem sempre para melhor. As guerras ficaram pelo nosso mundo, a descriminação e o ódio parecem querer falar mais alto. Mas a nossa voz mantém-se e respondemos. Condenamos o racismo, xenofobia, homofobia e transfobia. Continuamos a gritar Fim ao Genocídio na Palestina e a condenar a cumplicidade de Governos que têm as suas mãos manchadas de sangue. Anunciamos também o nosso apoio à 1ª Marcha LGBTQIA+ de Setúbal, a realizar a 4 de Outubro.

E como é que o Festival de 2025 reflecte toda esta viagem e tudo aquilo que acreditamos? 

Mantemos a programação em diversos locais da cidade, onde vamos juntando novas parcerias, este ano na União Setubalense. Mantemos a extensão em Palmela. Acolhemos novos projectos não só através da Secção Off, mas também pela Secção Oficial integrando por ex. Kelvin Wong e Clara Passarinho que realizam uma estreia após uma residência artística de um mês. Olhamos para o passado numa reflexão visual na exposição de retrospectiva dos 40 anos TEF que se distribui pela Escola e noutros pontos da cidade. Insistimos na inclusão em espectáculos com LGP e encerrando com a apresentação de “Revolución”, do Teatro Sobre Ruedas tocando a questão da acessibilidade pelo tema e elenco que o compõe. Temas que nos tocam e tocam o nosso mundo. Abrimos com “Somos la Guerra”, de La Phármaco questiona conflitos milenares, o trabalho, e a maternidade. “Damas da Noite” traz para a mesa o questionamento e a identidade de género. A sustentabilidade e a ameaça aos comuns e ao nosso cuidado com a terra é posta em cena “Sob a Terra”, de Leirena Teatro. “Animales Humanos”, de La Savia Teatro, denuncia a ocupação e o genocídio Palestiniano com testemunhos reais.
Nos espectáculos para a infância aborda-se a emergência climática e o desequilíbrio socio-económica, rezas e receitas antigas, e as nossas avós. A música que abre e fecha o Festival traz na sua mão os direitos da natureza e a ecologia com La Barca, assim como sonoridades distantes e o cruzamento de culturas com Djarabi Quintet.
Poderíamos continuar, dar-vos números exactos e mais palavras, mas pensamos que nestes 40 anos, aquilo que foi mais bonito foi esta descoberta e criação conjunta entre parceiros, amigos, espectadores. Portanto, convidamo-vos a descobrirem mais e a ficarem pela próxima década, ou quem sabe, até próximo século. 

 

De 21 a 30 de Agosto, convosco, a Festa Faz-se!

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